Com o intuito de difundir e valorizar o mobiliário dos anos 1940 a 1970, a consagrada marca dos irmãos Teo e Lis Vilela inaugura loja na Boobam – e, em comemoração, ganha o ensaio fotográfico especial que você confere a seguir.


Faz 11 anos que o advogado Teo Vilela decidiu transformar a sua paixão por design em negócio. Insatisfeito com sua profissão de formação, ele começou a vender antiguidades em feirinhas pela cidade. Por meio dessa brincadeira – como ele mesmo diz –, descobriu seu interesse por móveis antigos e seu dom para identificar preciosidades. “Eu me vi completamente apaixonado pelo trabalho e percebi que realmente tinha uma habilidade para enxergar a qualidade de uma peça para além do que estava ali a minha frente. Até hoje sei que tenho esse diferencial”, conta.

Em 2007, Teo inaugurou a loja homônima e, de lá para cá, fez a marca crescer e se consolidar no mercado nacional como uma referência na comercialização de móveis modernos de excelente qualidade. Em sociedade com a irmã Lis Vilela, responsável pela parte administrativa da empresa, ele tem atualmente dois endereços físicos em São Paulo, ambos em Pinheiros. Na Loja Teo (Rua João Moura, 268) estão em exposição produtos assinados, com alto valor de mercado. Já no local batizado de Galpão Teo (Rua João Moura, 1298) são encontradas peças anônimas, portanto mais acessíveis.
O acervo de móveis e objetos da Teo datam dos anos 1940 a 1970, período que fundamentou o estilo contemporâneo e fez do design brasileiro um produto mundialmente conhecido e almejado. Há peças de Joaquim Tenreiro, Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Zanine Caldas e Lina Bo Bardi, entre outros.
“Na década de 40, a arquitetura moderna começou a ganhar força no Brasil e foi preciso criar mobiliário para preencher os ambientes”, explica Teo. “Mas não podemos deixar de atribuir o aparecimento desses produtos também à abundância de madeiras que tínhamos no país. A matéria-prima contribuiu para que os móveis ficassem eternizados”, completa.


Entre mobiliário colecionável e também objetos clássicos com um toque de modernidade, há itens que podem ser considerados obras de arte. “Muitos são limitados, únicos e feitos com materiais extremamente nobres e raros, caso da madeira jacarandá, que torna o móvel muito superior a qualquer outro. Vejo isso como arte”, diz ele, que prefere se referir a seu acervo como modernariato em vez de antiquário pelo fato das peças terem no máximo 70 anos.


A experiência e conhecimento permitem que Teo identifique o valor de uma peça mesmo que ela já esteja bastante descaracterizada. Ele é capaz de diferenciar a original de réplicas ou reedições apenas batendo o olho. Boa parte dos móveis passam por um processo de restauro minucioso e preciso para que fiquem o mais próximo possível dos originais. “Não fazemos um restauro aleatório. É um trabalho que envolve muita pesquisa e estudo para entender como era de fato o objeto quando foi criado”, explica ele. No Brasil, ainda não existe um selo de autenticação para mobiliário original e, infelizmente, é comum encontrar registros falsos. Para conseguir o certificado da peça, Teo e Lis recorrem a familiares e institutos dos criadores.

Teo e Lis apostam agora em abrir o mundo do design modernista a novos olhares, colocando-o ao alcance de um público mais amplo. O primeiro passo nesse sentido se deu com a abertura do Galpão Teo, em 2014, e o segundo com a recente inauguração da loja na Boobam.

Em comemoração à estreia da loja na plataforma e para valorizar ainda mais o mobiliário colecionável e único, a Boobam criou um ensaio fotográfico especial, cuja cenografia remete à atmosfera criativa e descolada de um ateliê de artista. “Poder pulverizar esse universo na internet é muito importante. Assim, vamos conseguir chegar a mais pessoas”, explica Teo, que teve a preocupação de inicialmente não oferecer produtos muito caros pelo site.

Para Teo, a importância de ampliar e diversificar o público vai além de propósitos comerciais. “Infelizmente, o design moderno brasileiro ainda é mais valorizado no exterior do que aqui no país. Quando vou para feiras internacionais, o público reconhece as peças e percebo nosso mobiliário sendo muito aclamado. Acredito que podemos, e devemos, contribuir para torná-lo mais conhecido no Brasil”.

Jornalista convidada: Flora Monteiro
Matéria exclusiva para o Blog Boobam
Fotos: Eduardo Magalhães | Direção de arte: Manoela Moura