De vasos a relógios de parede e luminárias, as criações do designer são desenvolvidas artesanalmente, explorando as potencialidades de diferentes materiais. Para Paulo, as formas dos objetos, assim como as possibilidades de movimentação deles são primordiais, e embasam o desenho de seus lançamentos mais recentes – todos à venda na Boobam.
Criar e esculpir bonecos para filmes de animação é um interesse peculiar e ao mesmo tempo lúdico e criativo. Foi o que levou Paulo Goldstein à faculdade de Artes Plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, e também a se mudar para a Inglaterra, onde ficou por nove anos e viu sua carreira ganhar projeção internacional. Quando chegou no Reino Unido, ele trabalhou como escultor de filmes de animação stop motion, incluindo “Fantastic Mr. Fox”, de Wes Anderson, e “Frankenweenie”, de Tim Burton. Mas foi no mestrado em Desenho Industrial na universidade Central Saint Martins, em Londres, que ele deu início a sua trajetória no design, com o projeto Repair is Beautiful – apresentado até mesmo no prestigiado museu Victoria & Albert.

Foi neste trabalho que Paulo desenvolveu o conceito que até hoje norteia as suas criações. “Desenvolvi uma metodologia de reparos que usa conceitos de sistemas quebrados para consertar objetos deteriorados. Sustentabilidade, imperfeição e controle são assuntos recorrentes em minha pesquisa. Os objetos consertados por meio do processo artesanal, refletem e questionam o ambiente que os criou e os rejeitou”, explica ele. O resultado foi uma coleção de objetos reparados, imbuídos de novo significado e funcionalidade.

De volta ao Brasil em 2015, Paulo vive hoje do design e pretende se consolidar cada vez mais neste mercado.

“Comecei a entender que para o meu trabalho ser aceito comercialmente, eu precisava criar uma estética mais limpa. É um caminho natural que decidi seguir para viabilizar a minha ideia de viver profissionalmente como designer”, comenta.
Essa nova fase de criação não abandona os vieses conceitual e artesanal que sempre acompanharam os projetos de Paulo. Os seus produtos recentes fazem uso também de recursos da construção técnica herdada de sua experiência com os filmes de animação. Exemplo disso são os vasos da série V, cuja forma é elemento primordial. As peças têm uma estrutura ideal de apoio para cada tipo de flor ou folha, explorando o movimento e o equilíbrio próprios de cada planta.




Outro produto que traduz bem as heranças criativas do designer é a luminária articulada de mesa Foco, inspirada em personagens de filmes de animação stop motion, nos quais as possibilidades de movimentação do objeto devem ser amplas e leves, sem perder o equilíbrio entre a elegância e a resistência.


Os relógios da linha Less – remetendo ao lema ‘less is more’, de Ludwig Mies van der Rohe – são outros lançamentos de Paulo. Ele acredita que o relógio de ponteiro ganhou um caráter decorativo, uma vez que sua função foi substituída pelos smartphones e aparelhos digitais. Considerando isso, o designer se preocupou bastante com o desenho de cada um deles.

A intenção de Paulo de se consolidar no mercado do design nacional vai de encontro com a abertura da loja na Boobam – onde você encontra os produtos citados acima. “Hoje as minhas peças ainda são únicas e exclusivas, mas elas atendem ao propósito do consumo. Não é um trabalho inferior, mais sim acessível. Acredito que o design deve ser para todos; ele precisa ser democratizado”, diz ele. “Esse é o momento certo de entrar na Boobam. Vou estar ao lado de outros profissionais muito bons, com um produto que as pessoas podem consumir mais facilmente”, completa.



Desde quando retornou ao Brasil, Paulo trabalha em uma oficina bastante equipada no fundo da casa dos pais, em São Paulo. Ali, ele desenvolve todos os projetos do começo ao fim, do desenho à execução, usando diversos materiais e técnicas. Com muito apreço ao detalhe, ele vem explorando bastante o aço, o latão e a madeira. “Neste momento, estou reformando a oficina para poder adequá-la a mais funcionários e dar conta de todos os pedidos”, diz.
Apesar do sucesso profissional e do aumento da demanda por seus produtos, Paulo tem uma visão bastante sensata e ponderada sobre o que é ser designer no Brasil. “No exterior, os jovens têm mais oportunidade de mostrar o seu trabalho e de se estabelecer. Aqui a indústria olha pouco para os iniciantes, o interesse se volta sempre para os já consagrados. Então, precisamos batalhar muito para se consolidar e fechar parcerias”, conta ele. “Por outro lado, vejo que temos cada vez mais uma safra de profissionais excelentes. Ou seja, o Brasil está oferecendo design contemporâneo de muita qualidade”, finaliza.
Visite a loja do Paulo Goldstein na Boobam: