Ainda por completar dois anos de existência, a Glass11 quer se tornar referência em móveis de vidro assinados no país.

 

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No showroom da Glass11, em Pinheiros, bairro paulistano, alguns dos produtos das coleções da marca: os espelhos Segundo Ego do Fetiche Design, as mesas Gota de Zanini de Zanine, a poltrona Brigadeiro, de Carol Gay, e a mesa lateral Dobras, com pé de concreto, de Rodrigo Ohtake.

Dez de agosto de 2016, livraria Cultura do Shopping Iguatemi, São Paulo. Naquela tarde, o empresário Matheus Primo chegou cedo ao local, instalou a coleção de seus produtos no amplo salão do terceiro andar e, com a respiração acelerada, aguardou a chegada de jornalistas e convidados para a grande estreia da Glass11, marca de móveis de vidro criada por ele.

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O empresário Matheus Primo, que trouxe o design para o negócio da família: “Quero me tornar um hub da indústria de mobiliário de vidro com autoria a preços competitivos.”

Vidro, aliás, sempre foi a expertise desse paulista de Itapetininga, que conviveu com a matéria-prima desde a infância na empresa fundada por seu pai, a Primo Vidros. “Eu cresci nesse ambiente e passei a cuidar da área de instalação, mas teve um momento que senti vontade de inovar e fui atrás de um desafio”, conta Matheus.

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A transparência do vidro contrasta com a madeira, presente nos pés do bufê Pilotis (à esq.), de Gustavo Bittencourt, e na estrutura da cadeira Brigadeiro (centro), assinada por Carol Gay.
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Os espelhos Segundo Ego, do Fetiche Design, brincam com o contraste entre a transparência e o reflexo. “O projeto deles é de 2013 e eu achava incrível. Quis trazer essa obra-prima para nossa empresa”, afirma Matheus.

Em Nova York, onde morou por cinco meses, encontrou a inspiração para levar adiante seus ideais. “Visitei muitos fornecedores e lojas de móveis. Despertei para o mobiliário de design assinado e decidi investir nesse nicho”, relembra.

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A linha Gota, do carioca Zanini de Zanine, contempla mesas de centro (acima), lateral e banco (foto abaixo). Nasceu do prolongamento e da distorção dos círculos. Nas versões de vidro preto, a estrutura central desaparece.

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Chamou consagrados arquitetos e designers brasileiros a projetarem para a marca. Arthur Casas, Zanini de Zanine, Carol Gay, Leo Di Caprio, Camila D’Anunziatta e Maria Alice de Carvalho participaram da primeira equipe e estiveram presentes no evento de estreia na livraria. “Foi um sucesso e logo as mesas, as poltronas e a estante dessa linha começaram a aparecer em blogs e páginas de revistas especializados”, conta o empresário.

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Assinadas pelos brasilienses Ricardo Innecco e Mariana Ramos, do Estúdio Rain, as mesas Prisma exploram a combinação das cores clássicas do vidro: fumê, bronze e azul. Há versões de centro e lateral.
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Partes assimétricas se desalinham num corte prismático, revelando a mistura de tons nas mesas do Estúdio Rain. Nas fotos abaixo, modelos lateral e de centro.

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Em setembro do ano passado, Matheus lançou a segunda coleção no showroom da Glass11, em Pinheiros, com outros designers. “Os produtos têm mais apelo comercial do que os da primeira, pois são móveis versáteis e que se encaixam em espaços de diversos tamanhos”, considera.

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As mesas Tambú, do alagoano Rodrigo Ambrosio, remetem às estruturas dos tamboretes brasileiros e exibem desenho inusitado dos pés, criando a ideia de superfícies em movimento. Abaixo, o modelo de centro.

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Outro atrativo dessa linha foi misturar diferentes materiais com o vidro. Gustavo Bittencourt combinou os corpos transparentes de bufê e cristaleira com bases de madeira de demolição. Já Bruno de Carvalho, do Decarvalho Atelier, introduziu o couro no apoio da mesa de centro Primo, e Rodrigo Ohtake, além de experimentar o aço inox e o carbono em espelhos e mesa, criou vasos de cristal soprado.

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Os três espelhos criados por Rodrigo Ohtake representaram um grande desafio para a Glass11. “A ideia era fazer o espelho virar vidro na mesma superfície e poucos acreditaram que conseguiríamos a façanha”, relata Matheus. O modelo Batch (acima) foi inspirado na obra do artista plástico escocês, David Batchelor, estudioso do uso das cores.

Para este ano, Matheus reserva ainda mais surpresas e prepara peças baseadas no experimentalismo. “Convidei os designers do Formigueiro para ver todas as possibilidades do material.” Com a chegada de um recém-adquirido forno, a Glass11 ganhará também um galpão fabril próprio e poderá imprimir texturas, curvas e cores no vidro. “Estou consolidando a marca e conquistando demanda para esse tipo de produto. O vidro no mobiliário ainda é associado a tampos de mesa e nosso maior desafio é mostrar sua ampla versatilidade e segurança”, diz. “Quero propagar o conforto da minha poltrona e vender o prazer da transparência de um sofá que não interfere na vista do jardim.”

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Madeira de demolição serve de base para a cristaleira Sobreposição, de Gustavo Bittencourt, cuja parte superior permanece aberta para poder apoiar plantas e objetos altos.

Fotos: Luiza Florenzano

Visite a loja Glass11 na Boobam.

https://boobam.com.br/loja/glass-11

Publicado por:Regina Galvão

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