Em uma casa na rua Araxá, em Belo Horizonte, mora a Tomada, uma marca mineira de luminárias. A nova morada recebe a Tomada desde o início do ano, abrigada em um galpão de 80 m², onde é feito todo o processo de criação, produção, embalo e despacho das peças.
O espaço é composto por dois ambientes. No mezanino, fica o escritório da marca, capitaneada pelo arquiteto e designer Danilo Guerra. Funcional e minimalista, o escritório serve como laboratório para as ideias inventivas do designer. Natural de Mariana, interior de Minas, Danilo trabalhou 8 anos com arquitetura residencial e comercial, mas sempre teve uma queda pelo design de produto, arriscando um trabalho eventual com criação de móveis. A virada de chave definitiva aconteceu em 2014 com a Tomada. Suas criações resultam da composição de materiais simples e rústicos com a inspiração do design industrial. Ali, Danilo coloca no papel peças como a luminária Peso.
Em 3 formatos distintos, circular, quadrada e retangular, a Peso mistura a força do concreto, principal elemento da Tomada, com a leveza do acrílico. Guardando o foco de luz dentro da sua estrutura, o acrílico recebe todo o peso do cimento. O resultado é intrigante, uma luz que parece flutuar embaixo de 3 quilos de concreto.
O segundo espaço do galpão recebe a linha de produção da Tomada, que funciona em formato open floor. Mesas compridas, prateleiras, estantes e nichos guardam uma gama infindável de objetos: ferramentas, balanças, fios, fôrmas, parafusos, porcas, sacos de cimento, baldes e bacias. O visual é de oficina descolada e exala inovação, uma mistura harmoniosa de desordem, organização, caos e criatividade.
“Tudo acontece aqui no galpão. Ele é uma mistura de laboratório, oficina, fábrica e estúdio, onde nossas criações ganham vida”, detalha Danilo.
Unindo arte e design, as luminárias da Tomada são desenvolvidas em uma perspectiva contemporânea da criação de objetos. A peça final não carrega apenas o produto em si, mas também a trajetória da confecção do objeto desde a matéria-prima até os processos de criação envolvidos.
Além de concreto e acrílico, as composições também incluem madeira, arame, cobre e outros metais. A produção é 100% artesanal. Cada luminária confeccionada tem uma particularidade diferente, o que torna todos os produtos singulares.
Os materiais são rústicos, mas o cuidado com a qualidade do acabamento é incontestável. Para cada processo de criação de uma luminária, uma fôrma é pensada cuidadosamente para o produto e desenhada também por Danilo, que lança mão de materiais diversos, como plástico, madeira, silicone e metais.
Desenha, forma, desenforma, corta, serra, lixa, molha, encera, fio, lâmpada, luz. É assim que as 19 luminárias do portfólio da Tomada são pensadas, desenhadas, criadas, embaladas e enviadas.
As opções do portfólio incluem luminárias de chão como a Desloque, dois cubos de concreto e acrílico simetricamente espelhados em cada lado de uma haste de metal. Outra peça de chão é um clássico da marca, a Urbano, desenvolvida em parceria com o Estúdio Iludi. Resultado de uma criação artesanal a várias mãos, a Urbano é uma luminária espontânea e flexível. As hastes articuladas feitas de madeira maciça conectadas a uma base de concreto permitem que a luminária ganhe diversos formatos.
Lançamento da marca, a nova luminária de mesa Pilar é ideal para leitura com a cúpula de luz removível. São dois formatos distintos, a menor, de 35 cm, mistura a composição do concreto branco com a madeira roxinho. Com 45 cm, a opção maior une a força do concreto natural com a modernidade da madeira preta.
Repaginadas com novos materiais e acabamento, as luminárias de teto da marca acabaram de ser relançadas. Duas delas merecem destaque pela versatilidade de uso.
A Mecânica é uma composição de atrito, pressão e equilíbrio de formas. Com formato alongado e disposição retilínea dos pendentes de luz, é uma peça ideal para bancadas e mesas de jantar.
Já a Ponto, um paralelepípedo de concreto com foco de luz maleável, pode servir tanto de luminária de teto quanto de arandela.
Visite a loja da Tomada na Boobam:
Texto: Michele Menezes Pinheiro
Fotos: DENTRO.Fotografia (@dentro.fotografia)