Com produtos inéditos, o evento reúne design autoral, artesanato e arte contemporânea na Oca, no Parque do Ibirapuera. A seguir, confira as novidades que encontramos por lá!
A Feira Paralela chega a sua 35ª edição reafirmando o propósito de apresentar lançamentos e novidades do setor. Entre os dias 19 e 21 de fevereiro mais de 50 expositores exibem seus trabalhos ao público visitante – a maior parte dele composto por lojistas, profissionais e compradores do mercado da arquitetura e decoração. Consolidada como um espaço de fomento aos negócios, a feira vem se destacando também como uma oportunidade para se descobrir tendências.
A natureza continua inspirando ideias e protagonizando a composição de produtos, como mostraram grandes eventos do setor no ano passado. Vasos e suportes para folhagens podem ser encontrados em diversos estandes, assim como objetos decorativos com referências aos animais. As matérias-primas naturais, a exemplo do algodão, da fibra e da madeira, também aparecem em boa parte dos produtos. O artesanato e o fazer manual devem continuar em alta neste ano, uma vez que a preocupação com a cadeia sustentável de produção é praticamente unânime entre os designers, sejam eles novatos ou já consagrados.
Durante nossa visita, selecionamos novidades e destaques – boa parte deles já à venda na Boobam!
A arquiteta Nara Ota aproveitou a oportunidade do evento para apresentar trabalhos realizados em parceria com outros designers e artistas. Em seu estande estão insetos decorativos feitos de porcelana e latão, frutos da colaboração com Joana Stickel. Há também objetos de parede aramados com detalhes de metal banhado a ouro, desenvolvidos com Eurico Ugaya, e uma série de bonecos de sumô, feitos de porcelana por Ricardo Argenton, em versões pintadas. “Acho a colaboração entre os profissionais muito importante. Conseguimos juntos criar produtos que de forma independente não seria possível, com a mesma qualidade técnica e estética”, diz ela.
Nara trouxe ainda luminárias com cúpulas de vidros de laboratório e vasos com funcionalidades inusitadas, que trabalham o equilíbrio das plantas por meio do encaixe de varetas móveis.
A Jabuticasa, de Thiago Antonelli e Thélvyo Veiga, apresenta uma peça inédita: o banco Onze. De freijó maciço, a peça tem a junção do pé com o assento arredondada – um detalhe que faz toda a diferença para a estética do produto. A escrivaninha AL13, outro lançamento, tem estrutura de madeira tauari e alumínio fundido. “É o primeiro móvel que trabalhamos com metal”, comenta Thiago. A Alva Design também estava muito bem representada com as novas bandejas de madeira, metal, latão e aço, e os criados-mudos, que exploram os mesmos materiais, de forma poética e elegante.
Danilo Costillas, da Casa Costillas, trouxe luminárias inéditas feitas com lustres opalinas. Convencionalmente usados como pendentes, eles ganham versões de mesa com base de madeira. Entre os lançamentos estão ainda uma estante pensada para funcionar como comedouro para pássaros e uma casinha de madeira para os voadores.
A fauna e a flora inspiraram também a coleção de animais e plantas de parede do artista Roberto Romero. Feitos de aço aramado, os objetos ganham cores vivas e até fluorescentes. “A série de folhagens Botânica nasceu da residência artística de uma semana que fiz no Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro”, conta ele.
O Estúdio Rika, dos designers Richard Nascimento e Kati Takahashi, apresentou a linha de espelhos, de madeira pinus, com estética inspirada nas tábuas de carne. Destaque também para a petisqueira, de madeira freijó, e para os inéditos banco e pufe da já consagrada coleção Triarm, composta até então por sofá, cadeira e poltrona.
Já a arquiteta Manu Reyes lança a banqueta Marko, feita de madeira maciça ebanizada com estrutura e pés de aço. Repare: apesar de ter três apoios, a peça tem seis pés.
Em parceria com a Lovato, fabricante de Curitiba, Filipe Ramos apresenta chaise e poltrona feitas de cordas náuticas. As peças podem ser usadas em área interna e externa. No estande do designer, roubaram a cena também vasos de tecido com suporte de aço, cuja base conta com hastes acopladas para servir de suporte a flores e plantas.
A marca MoBu Atelier traz o envelhecedor de cachaça, que funciona muito bem como objeto decorativo, e uma nova versão do banco Marítimo, cujos encaixes são feitos apenas com o encontro da madeira e o encordoamento dos fios do assento, desenvolvido com nós de marinheiro – daí a inspiração para o nome. Já a Oslo Design lança móveis funcionais de madeira, como criado-mudo, carrinho de chá e mesas de apoio.
O designer e artista Paulo Goldstein traz novas versões dos vasos feitos de vidro soprado com estrutura de aço ou latão. “Estou me dedicando bastante ao desenvolvimento desse nicho de produto. Quero me consolidar dentro dele antes de avançar em novas criações”, conta.
Para quem vai à Paralela, uma última dica: não saia sem antes conferir os utensílios de granilite com latão da marca Gypso, as criações de madeira do artista Leonardo Bueno e o trabalho artesanal com fibras da Ana Penso Design – há fruteiras, luminárias e bancos, entre outros.
Jornalista Convidada: Flora Monteiro
Fotógrafo: Eduardo Magalhães