Você sempre soube que seria uma designer? Fale um pouco sobre a sua trajetória.
Não sabia. Sou formada em arquitetura. Depois de fazer um mestrado em Barcelona, sobre Arquitetura, ligado à biologia e aos novos processos computacionais, comecei a testar este tipo de enfoque
experimental em pequenos objetos, como descansos de pratos e luminárias, por terem uma escala viável para testes, financeiramente falando. Depois de um ano de testes, resolvi mandar estes objetos para o Salão Satellite 2014 em Milão. Fui aceita e assim comecei a carreira de design. Em arquitetura tudo é muito grande, o investimento sempre é alto. Com o design é bacana porque este retorno da experimentação acontece muito rápido.
Como é a sua rotina e o seu processo criativo?
É bem diferente do convencional. Não inicio o trabalho a partir de uma demanda concreta, como, desenhar uma cadeira.
O meu processo é bem experimental. Acabo partindo da observação da natureza, de algum elemento que ache interessante. O padrão de uma folha, os movimentos das águas vivas ou o crescimento de uma flor… aí transporto estas análises para algum programa computacional e vejo o que eu posso gerar com isso, como, por exemplo, a textura de uma mesa. A partir do que foi criado, começo a pensar qual pode ser o objeto/móvel que será feito e com que material.
Testo alguns materiais para ver suas performances e entender seus funcionamentos, e, quando necessário, volto ao computador para modificar a morfologia do objeto / móvel de acordo com o entendimento do material e… voilà
Um aspecto importante do seu trabalho?
Esta sempre relacionado à natureza e aos novos sistemas computacionais/tecnologias.
Com que materiais você gosta de trabalhar?
Todos, sem exceção!
Quais artistas e designers você admira?
Matthias Pliessnig
Zaha Hadid
Ascanio MMM
Olafur Eliasson
Tapio Wirkkala
A melhor e pior parte de ser uma designer?
A melhor parte é a liberdade criativa e a pior é achar um conceito interessante para o desenvolvimento de todas as peças. É importante fazer com que as pessoas consigam sentir o que você propõe, em qualquer peça que você faça.
Os maiores desafios de comercializar os seus trabalhos no Brasil?
Acho que as pessoas relacionam o uso da tecnologia à perda da identidade do artesanal, do cuidado com a produção, de um lugar etc.
Uma dica que você gostaria de ter dado para a Andrea Macruz bem no inicio da carreira?
Li esta frase em algum lugar e achei demais: “O problema não é tropeçar, mas apegar-se à pedra.”
Sites favoritos? (Listar 5)
http://www.troika.uk.com
http://www.kokkugia.com
http://matsysdesign.com
http://theverymany.com
http://www.coop-himmelblau.at
Quais são os seus 3 trabalhos favoritos? Fale sobre a historia e o processo criativo de cada um desses trabalhos.
m.us
Uma luminária feita a partir da deformação topológica de uma Fita de Möbius. Ela foi desenvolvida através de um plug in paramétrico, que altera seu grau de deformação; foi produzida com uma impressora 3d. O primeiro protótipo foi impresso na loja Shapeways em Nova York e enviado para São Paulo.
s.ce silver
É uma mesa pintada com tinta prateada, com efeito espelhado, cujo principal conceito é a mescla dos reflexos do entorno na sua volumetria. Um jogo com luz, sombra e suas distorções.
r.io
É um móvel baixo inspirado nas guelras dos tubarões. Sua construção é feita a partir da torção de finas lâminas (180 graus) em diferentes pontos, resultando em distintos padrões. Estas lâminas já servem como puxadores para as portas de abrir.
Para conhecer mais produtos, visite a loja Nolii na Boobam:
Parabéns para a Boobam pelo site , em especial por essas entrevistas.Conhecer a visão e o processo criativo por trás do trabalho, destaca cada projeto.Parabens também para NOLll que faz um trabalho de muita técnica e pesquisa.